sábado, 16 de maio de 2015

Não vou me apegar a respostas prontas.




Nós, cristãos, perigamos sermos simplistas em nossas respostas. Quando somos confrontados pelo outro a respeito de nossas crenças, opiniões, visões de mundo, corremos o risco de recairmos em legalismos baratos, respostas pré-fabricadas, palavras de outros ditas por nossa boca. E a resposta embasada na Verdade? É suprimida pela visão religiosa, estreita.

Essa música aí em cima, que serve como trilha sonora pra esse texto, também tem servido como uma espécie de "hino" pra minha vida, tanto quanto "Seen and Not Heard" do Petra ("actions speak a little louder than words..."): Na letra, Daniela Araújo - não apenas "a esposa de Leonardo Gonçalves", como uma das melhores e mais completas artistas cristãs da atualidade, na minha humilde opinião - traz a tona justamente esse sentimento que habita em mim: o de sentir que está vivendo uma vida repleta de jargões ~gospels~ vazios e insuficientes, movida por uma religiosidade extremamente supérflua, arrogante e incongruente com a Palavra de Deus e que são invalidadas pelas minhas próprias ações. 

Chega o momento em que precisamos dizer "não dá mais". Não dá pra manter essa vida, achando que isso garante a nossa salvação e a nossa santificação. Do que adianta tantos discursos sobre o que é certo e errado e levar uma vida tão hipócrita e contradizente a esse mesmo discurso? Não é apenas sobre ações. Até porque, não são as obras que salvam (assim como a fé por si só não se garante ou vive, mas obrigatoriamente precisa implicar em uma vida prática em comunhão com o Eterno e que irradia sua Luz). 

É tudo sobre a Verdade. A nós nos é dado o direito de questionar, de se interrogar, de buscar saber. Não em homens - por mais bem instruídos que eles sejam -, mas na Palavra, a qual se completa, não depende de nós e de nossas interpretações convenientes e limitadas.

É tudo sobre o Amor. Porque, de adianta tanto conhecimento? Vomitado inutilmente sobre os demais, maculando a essência do Pai e quem Ele é em nossas vidas? "Do que adianta tanta sabedoria, se eu não tiver Amor"? (Outra frase que eu levo como mote em minha vida).

Então precisamos derrubar estes nossos muros. Nos despir de nossos preconceitos. De nossa idolatria. Do nosso eu. Menos de nós, mais Dele. Parar de apontar o dedo para o cisco do outro, enquanto ignoramos a trave no nosso olho.


Eu não posso mais me esquivar
Tenho as respostas bem na minha frente
Mas não vou brigar pela razão

Não preciso mais me preocupar
Com as diferenças que só nos separam
Se o que nos une é maior

Eu não vou me conformar
Vou perder o medo
Desvendar segredos que não são mistério algum


E Nele sermos Um, integrantes do corpo de Cristo. Sendo Luz, diferença para o Mundo. E transformando-o pela conhecimento da Verdade e pelo Amor que nos amou primeiro.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

O amor não é lá um sentimento justo.

O amor não é lá um sentimento muito justo. Pelo menos esse amor "eros", ou as manifestações mais primitivas dele, a paixão. O ardor de um sentimento pelo outro, que no entanto não encontra correspondência. Deve ser um instinto natural do ser humano depositar seu coração aonde não haverá reciprocidade. Ao passo que quando outro(a) deposita o coração dele(a) aos nossos pés, somos nós quem não damos reciprocidade. É a necessidade do desafio, o desejo pela negação, recusa. 

Por quê? Porque somos trouxas, é claro.

Vi nesses dias um post no facebook com a citação de algum filme, aonde a personagem da atriz Ellen Page dizia "Algumas pessoas verão a você como a luz do sol. São é essas que valem a pena", ou algo do tipo. E é bem verdade. Contudo, é aquela coisa que fica na teoria. Poucas coisas são tão complicadas quanto o coração humano, em todas as suas incongruências, falhas e virtudes. Em seus mistérios, em suas tolices, em seus desejos e escolhas, as quais olharemos lá na frente e nos perguntaremos "Sério que eu fiz isso?""Sério que eu me apaixonei por essa pessoa?".

Pois é, o coração sabe ser um tolo. E parece que gosta de levar porrada.

Da maioria a gente se cicatriza rápido. Nem demanda muito tempo: basta alguns dias, meses, pronto, estamos em pé novamente. Já outras...

Cada ser humano é singular em suas experiências relacionais. Ainda assim, pode se identificar alguns padrões. Vou dizer os que atualmente são os meus: garotas de personalidade forte, divertidas, extrovertidas, por vezes desbocadas, mas que com certeza não são "frescurentas". Não vou entrar no detalhe da aparência física, porque tanto isso iria entregar o jogo, quanto tem se tornado cada vez mais irrelevante ao longo dos últimos anos. Seja pra amizade, seja pra algo mais que a amizade, é com esse tipo de garota que acabo me envolvendo, ainda que em se tratando da categoria do "algo mais" tenha sido uns 90% platônico.

É, experiência não é exatamente meu forte. Por outro lado fui agraciado com um aguçado senso de observação perante as coisas deste mundo que costumo trazer aqui pro blog. É o que me faz ver o que trouxe no começo deste texto (escrito meio que de última hora, meio como fruto de várias conclusões acumuladas nessas últimas semanas). Parece que há cada vez menos equilíbrios sobre os sentimentos. Digo "equilíbrio", porque "controle" a gente não tem. Não dá pra simplesmente chegar e dizer "opa, vou gostar dessa menina aqui". Simplesmente acontece. Algumas (no meu triste caso), passam como um vento passageiro, outras são uma tempestade que se instala e permanece. 

Tenho a tendência de dizer que meu coração é um bocado volúvel, e creio dizer com razão. A falta de experiência é a grande provocadora? Creio que sim. Pra você ter ideia, tenho 19 anos e perdi meu bv apenas no ano passado. E considerando que foi a garota quem tomou a iniciativa, poderia muito bem ainda continuar bv até agora. Veja bem, eu nunca me incomodei exatamente com esse "status", e sempre deixei isso claro aqui no blog, mas não vou negar: beijar uma boca me deu vontade de beijar outras bocas. Como conciliar um desejo tão natural com os princípios, com as visões de mundo acerca dos relacionamentos? Seria fácil ficar e pronto. Mas eu sei que cobraria um envolvimento emocional não compatível com esse tipo de relação que só me conduziria a uma crescente frustração. E não quero isso de jeito nenhum.

Então aqui estamos. Almejando dar passos além. Discutindo das coisas do coração. Fazendo escolhas, escolhas por vezes dolorosas. Temendo magoar e ser magoado. Mas tudo isso faz parte destes processos. Não é fácil, mas é como as coisas se dão. Ainda há um apego da minha parte à essência de um relacionamento em tempos de tamanha banalização deles. E no que depender de mim, ainda haverá. É por isso que sigo.

Sob o peso de um "não" ou de um "sim".