sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Star Wars - O Despertar da Força



Deixe-me começar essa resenha deixando uma coisa bem clara: Star Wars é a saga da minha vida. A maturidade pode ter me trazido consciência de que os filmes possuem sim suas falhas, mas desde moleque tenho paixão pelo universo criado por George Lucas e que agora continua nas mãos da Lucasfilm e da Disney, que esse ano nos trazem o filme mais aguardado do nosso tempo: O Despertar da Força.

Há cerca de um mês postei aqui uma análise de como poderia ser o filme (http://blogdochup.blogspot.com.br/2015/11/tentando-desvender-star-wars-force.html), e agora que o assisti é engraçado voltar pra esse texto e ver o que acertei ou errei. E não tão engraçado ver que alguns dos meus pedidos não foram atendidos...

A primeira coisa que temos de deixar claro é: para o bem ou para o mal, O Despertar da Força cumpre o que promete.

"Vinícius, como assim 'para o bem ou para o mal'?". Permita-me explicar, e me perdoe se soar chato, mas este não é um filme perfeito. Assisti eufórico, me exultei e saí satisfeito, mas há falhas sim. No meu texto de especulações já tinha deixado claro minhas preocupações se esse filme seria um mero "Uma Nova Esperança" em 2015. E embora ele é muito mais do que isso, não deixa de reciclar (muitos) elementos do primeiro filme da saga. Personagem confiando a um robozinho fofo algo importante para ficar longe dos vilões? Confere. Figura sinistra que seduziu o vilão do filme para o Lado Negro? Confere. Uma super-arma que destruirá planetas (nesse caso, sistemas)? Também. Relações familiares "reveladoras"? Sim. Está tudo lá, de novo. Isso gera conforto? Gera. Mas enquanto não me importava de reencontrar esses elementos dos filmes antigos, queria vê-los de forma mais dosada, ou sendo subvertidos. Talvez tenha faltado ousadia do Abrams, não sei... mas para algo eles ousaram. Algo que me destruiu. 

(Mas só assistindo pra vocês saberem)

Por outro lado, não há como amar cada referência (já tava pulando na cadeira quando Rey e Finn falaram sobre uma certa "sucata", e gritei junto com o resto do cinema quando a Millenium Falcom enfim apareceu). Cada aparição de um personagem clássico eram gritos e aplausos. 



O engraçado é como esse filme foi de certa forma transicional. Normalmente, analisando-se sob a ótica da "jornada do mito", temos a passagem da tocha, a transição entre o velho e o novo. Nesse caso, os nossos "guias" para esse velho universo (mas com ares de novo) foram justamente Han e Chewie, nossos mais adoráveis piratas espaciais - e que não à toa são os personagens antigos com mais tempo em tela aqui. Chewie com seus rosnados e sons característicos, que nos dizem tudo, e Han... ah, o que falar do meu personagem favorito? 30 anos depois e ainda o mesmo canalha, o mesmo "old dog", mas envelhecido, com uma sombra pairando sobre ele. Uma sombra que muitos já esperavam.

Mas quem rouba a cena mesmo são os novos protagonistas. Você tinha dúvidas de que uma catadora e um ex-Stormtrooper suportariam o fardo de levar essa saga para toda uma nova geração? Bom, não terá mais. Daisy Ridley e John Boyega são dois atores fantásticos, completos achados. A Rey de Ridley não é apenas linda e um amorzinho: ela é forte, ela é durona, ela é uma ótima pilota, ela não precisa de alguém segurando sua mão  na hora de fugir. Ela é a heroína que precisamos, aquela que ao lado de Imperatriz Furiosa e Jessica Jones mostra que lugar de mulher é onde ela quiser - inclusive em sua saga favorita. Apenas aceite isso. 

E ELA VAI LEVAR O CINEMA À LOUCURA NO TERCEIRO ATO. MAS NÃO VOU FALAR MAIS NADA!

O Finn (anteriormente FN-2187) de Boyega é feito de um material diferente. Ele não apenas traz humanidade a um exército de indivíduos arrancados de sua família e recondicionados com um único propósito (e espero que isso seja mais explorado adiante), mas como é um alívio cômico que sabe nos fazer rir, ao invés de nos irritar (Jar Jar, essa foi pra você). Além do mais, ele é um herói (se é um Jedi ou não, não cabe a mim te dar a resposta) e tem uma química maravilhosa com a Rey - de parceiros de luta, de amigos e - quem sabe futuramente? - de um casal.



Poe Dameron é um bom personagem, meio presunçoso mas completamente habilidoso no que faz, mesmo carecendo de mais tempo de tela (apesar de ser crucial no primeiro ato do filme). O mesmo não pode ser dito da Capitã Phasma da nossa eterna Brienne de Tarth, Gwendoline Christie. Para uma personagem que prometia ser badass, ela aparece muito pouco para nos causar alguma impressão. Mas já sabemos que ela voltará no EP. VIII (isso não é spoiler, já foi confirmado antes mesmo do filme lançar). E o que falar de BB-8? Se você achou R2-D2 adorável, vai simplesmente se apaixonar por essa bola e querer ter um pra si. Sério, que coisa fofa! MEU DEUS DÁ VONTADE DE MORDER! 



Mas o que seria de uma saga sem seus vilões, não é? Novamente "reciclando" um conceito de uma Nova Esperança, temos duas lideranças com abordagens distintas, obedecendo a uma figura maior. Falarei primeiramente de uma dessas lideranças e da tal figura maior. O General Hux foi uma grata surpresa. Nós vimos muito pouco dele durante a campanha de marketing de filme, e as comparações com Moff Tarkin eram inevitáveis. Mas eis que temos um homem duro, implacável, e que possui uma retórica inabalável. É marcante a cena em que ele discursa para os exércitos de Stormtroopers em Starkiller, e não podemos deixar de pensar nas associações com o Nazismo, até nos gestos feitos pelos integrantes da Primeira Ordem (e realmente espero que eles trabalhem ainda a temática política que foi um dos pontos mais fortes da trilogia prequel, nessa relação República x Resistência x Primeira Ordem). Já o Líder Supremo Snoke se mostra até imponente, mas não diz muito a que veio. Quem ele é e como se relaciona com os personagens principais com certeza serão questões pertinentes a serem respondidas nessa nova trilogia; um mote principal, com certeza.



Mas eu sei de quem vocês querem que eu fale, e lhes garanto: Kylo Ren é um vilão impressionante. Vai soar heresia para muitos, mas na minha opinião ele já se igualou ao Vader - e o supera em termos de construção emocional. Ele passa imponência e medo, mas também uma fragilidade emocional como não se via (tô desconsiderando o Anakin da trilogia prequel). Muitos podem reclamar do fato dele sem máscara não passar essa mesma imponência até porque o Adam Driver é um ator feio, mas aí entra essa questão da complexidade emocional e psicológica de que falei. Ah, e pode ter a certeza: você vai terminar o filme xingando muito ele. Muito.

No quesito técnico, o filme é um primor. Um dos aspectos mais notáveis e positivos foi a questão do ritmo apresentado. A verdade é: os filmes anteriores tem sim problemas de ritmo. A sequência em Hoth no ep. V é maior do que deveria, já que eles tinham que justificar o acidente do Mark Hamill; a sequência em Tatooine do ep. VI é exageradamente longa, com o plano de resgate de Solo na fortaleza de Jabba e a batalha sobre o poço de Sarlaac. O resgate de Palpatine no ep. III tinha de realmente consumir toda a meia hora inicial do filme? Acho que não. Mas aqui, neste sétimo episódio, em vinte minutos os personagens principais são introduzidos, o contexto é apresentado, a ação corre solta sem nunca soar muito apressada e tudo é feito com equilíbrio, sem soar exageradamente rápido ou demasiadamente enfadonho. E mesmo que o filme apresente algumas soluções muito rápidas (especialmente as referentes à Rey na segunda metade), cada ato é muito bem delineado e dosado, fazendo deste filme uma referência em questão de ritmo, ao lado de Mad Max. E sobre as lutas de sabre? Na medida certa, sem aquele "travamento" da trilogia antiga nem as piruetas da prequel. E vamos dar um desconto gente, os personagens tão aprendendo a manejar sabres de luz faz pouco tempo (o que não me impediu de gritar junto com todo mundo feito um louco na hora em que um dos personagens conseguiu usar a Força para pegar um sabre).

Abrams ainda peca com alguns de seus ângulos holandeses e seus flares, mas felizmente eles são muito poucos comparados aos seus filmes anteriores). A fotografia é excelente (me diz se não é de arrepiar a cena inicial de um Star Destroyer cobrindo um planeta inteiro), enquanto a trilha sonora do mestre John Williams, enquanto resgata muitos temas clássicos para o deleite dos fãs, não se destaca tanto com temas originais, à exceção do belíssimo tema criado para a Rey. Ainda assim, que esta lenda viva ainda muitos anos para continuar a compor para a franquia.

E é isso. Expectativas foram atendidas, fossem boas ou más. A questão é: O Despertar da Força é o filme que os fãs estavam esperando. Em sua grande maioria, foi o filme que eu queria. E mesmo que termine de forma tão inconclusiva, com excesso de perguntas e ganchos para serem respondidas nos próximos filmes (enquanto que Uma Nova Esperança era em sua maior parte um filme conclusivo em si mesmo), ele ainda é uma experiência marcante pra mim e tenho certeza de que está sendo para todas as gerações que acompanham com tanto amor essa saga maravilhosa, cujo legado se perpetua no cinema. Agora resta esperar pelos próximos episódios e as "Anthologies", e palmas pro Abrams, Disney e Lucasfilme que trouxeram um monstro de bilheterias!

Que a Força esteja conosco, amigos.



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Nós.

Penso naquela noite como a "noite em que tudo começou".

Na verdade, na verdade, não foi exatamente nela que começou. Talvez jamais haja um dia em que eu possa explicar racionalmente o que queria naqueles dias. Mas desde que tinha chegado em Aracaju, sabia que eu queria ver você. Naquela tarde eu queria estar com você. E fui conseguindo. Mas por que queria tanto aquilo? O que realmente estava acontecendo?

Isso ficou claro no momento em que nos despedimos. 

Minha barba roça em sua bochecha. "Espero que isso não seja um adeus", digo (ou algo assim - obrigado por ter me lembrado desse momento com mais nitidez ontem). Aquele momento prolongado, onde um não quer largar o outro. Encaramo-nos nos olhos.

É aqui aonde ficção e realidade se separam. Aonde o que foi difere do que poderia ter sido. Nós dois chegamos ao consenso de que o melhor que podia ter acontecido naquela noite foi não termos nos beijado. Mas mesmo assim não consigo parar de imaginar nesse beijo realmente acontecendo, trazendo à tona todos os sentimentos escondidos, confusos ou claros. O momento em si seria único, seria perfeito. Era o que queríamos, mas hesitei. Hesitei por saber que meus sentimentos não pertenciam a você, que se aquilo significasse o começo de um relacionamento não estaria sendo contigo, não estaria me doando da mesma forma que você se doaria a mim.

Quase oito meses depois, e aqui estamos. E eu sei que meus sentimentos pertencem a você e a mais ninguém.

O Pai fez uma obra maravilhosa conosco nesse ano, sei que sim. E mesmo que tenhamos começado 2015 sem a ideia de que o terminaríamos juntos, Ele já tinha um propósito claro pra nossas vidas. E assim vem nos tratando, curando, aperfeiçoando com Seu amor, Sua graça e misericórdia. Misericórdia de nós porque ter começado um relacionamento a distância em abril significaria um fim imediato dele, pela nossa imaturidade, pelos problemas que a distância sempre traz. No entanto, aqui estamos. Aqui, agora.

Tenho plena consciência de que o Pai preparou o tempo certo pra nós. O tempo certo pra eu perceber que você era a garota certa pra mim, que independentemente da mágoa que pudesse ter te causado havia ainda uma fagulha, um sentimento perpetuando-se, esperando para ser correspondido. Ele te fez esperar por mim e essa espera valeu a pena. Ele a preparou pra mim e me preparou pra você. E no tempo certo começamos. No tempo Dele, na confiança da graça Dele que superabunda nossas vidas, seguimos em frente, sem ter de olhar para trás, senão pra ver aonde começamos.

Sempre vou me lembrar do meu roçar de barba na sua bochecha. Das minhas últimas palavras. Por perceber o quanto elas estavam certas. Nunca foi pra ser um adeus, meu amor. Com fé no Pai, Autor e Consumador de minha fé, eu voltarei. E nesse dia vamos nos olhar nos olhos e não haverá hesitação. Nenhuma confusão. Apenas a clareza do que sinto por você e vice-versa.

A certeza de um propósito que, assim creio, se cumprirá ao longo de nossas vidas. Juntos.

domingo, 22 de novembro de 2015

Quando penso que já sei de tudo...

O caminhar com o Pai exige, por si mesmo, crescimento. É incoerente viver uma vida que se é nomeada como cristã e que no entanto permanece estagnada, nunca avançando do ponto onde está, sustentada por velhos alicerces de religiosidade e conceitos deturpados da Verdade.

Quando aceitamos a vontade de Deus sobre nossas vidas, é preciso entender algo: o mundo é mais do que as nossas escolhas, e os caminhos que tentamos seguir por nós mesmos muitas vezes levam à morte. Em Jeremias 10.23 está escrito: "Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos", e Provérbios 16.9 diz: "Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos". Já em II Samuel 22.31 a palavra é a seguinte: "Este é o Deus cujo caminho é perfeito; a palavra do Senhor é comprovadamente genuína. Ele é escudo para todos os que nele se refugiam". 

Com isso, quero dizer que Deus toma o controle das nossas vidas e que não precisamos fazer mais nada, pois Ele decidirá por nós? Não, pois creio que "esperar é caminhar". O que de fato quero afirmar é que Seu Espírito enche-nos de sabedoria, capacita-nos com discernimento e conhecimento da Tua Verdade, possibilitando que assim possamos entender a Sua boa, perfeita e agradável vontade. E assim, através da obra Dele em nossas vidas, fazemos o nosso caminho.

Só que mesmo assim podemos nos perder nesse caminho. Muitos, depois de anos dentro de igrejas, liderando ministérios, vivendo uma vida aparentemente irrepreensível, julgam estarem mais do que aptos e capacitados, de modo que não precisam mais saber nada da Palavra ou do próprio Pai. Mas se o caminhar com Ele exige crescimento, como podemos esperar que haja um ponto final? Como podemos sequer supor que pelos nossos próprios méritos já atingimos o mais grau elevado de santificação e que não há mais nada para se melhorar, se tratar dentro de nós? Só esse pensamento já demonstra que ainda estamos longe do que se consideraria "ideal" para um cristão. E esse ideal é Cristo. Não há espaço na mensagem do Evangelho para meritocracia. Apenas pela graça (receber o que não merecemos) e pela misericórdia (não receber o que merecemos) do Altíssimo é que temos condições de sermos salvos.

Nesse processo, mesmo entre erros e quedas, a figura e o legado de Cristo, em toda a sua humildade, soberania e poder, permanece como alvo. Apenas Ele foi irrepreensível; quanto a nós, temos cada um que matar nossos leões por dia. Por isso somos convidados à autorreflexão diária; temos de lidar com a dor e a adversidade que quando superadas, também fomentam nosso crescimento; precisamos ser imbuídos pelo Espírito de sabedoria que nos permita reter o que é bom da crítica (tantas vezes necessária) do outro, de cada situação que vivenciamos. Que o caminhar com o Pai nos traga evolução e não involução; mudança e não estagnação.

Quando pensarmos que já sabemos de tudo, é quando precisamos perceber que não sabemos de nada.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Tentando desvender Star Wars: The Force Awakens.








Então galera, falta cerca de um mês pra 17 de dezembro, a tão aguardada data em que a Força dominará novamente os cinemas. Pra quem não sabe, sou um fã incondicional de Star Wars desde criança, e como milhões de outras pessoas meu hype pro filme tá imenso. Especialmente porque a Disney e a Lucasfilm tão mandando ver com o marketing, apenas atiçando mais e mais nossa vontade.

Ontem rolou um novo TV spot (comercial) de Force Awakens, os quais vocês podem assistir aí em cima. Bom, nele deu pra notar algumas coisas muito interessantes, como o provável local aonde a Rey vê aquelas frotas da Primeira Ordem. Sei que muita gente quer o mínimo de divulgação possível sobre o filme pra evitar spoilers (eu incluso), mas paradoxalmente muitos querem o mínimo de informação, saber do que o filme vai falar de fato, saber aonde o Luke tá (eu também incluso). Então tava raciocinando de ontem pra hoje, e com base nos trailers, comerciais e imagens divulgadas até agora tô tentando formular em linhas gerais como vai se dar a história do filme, dentro de uma estrutura de três atos. Vai ser um texto longo e ainda ficará um bocado vago, mas vou falar mais embaixo porque isso é uma coisa boa:

Se você ainda não assistiu nenhum filme da série, ou não sabe nada sobre o novo, joga no Google, filhão! Não perca tempo. Não me importa se vai assistir na ordem 4-5-6-1-2-3 ou 1-2-3-4-5-6, é bom se inteirar, porque vou considerar que todo leitor deste texto vai ter o mínimo de noção do que trata a saga e de quem é quem no vindouro filme.

1º ATO

-Já sabemos que em algum ponto do filme o Poe Dameron vai ser capturado e torturado pelo Kylo Ren. Parece o tipo de cena pra se ver mais pra metade do filme, mas depois que saiu uma imagem do Finn e de um algemado e ensanguentado Poe, acho que está bem claro que essa captura do Poe vai se dar no começo do filme. Talvez comecemos com alguma batalha no espaço (pra manter a tradição da franquia de começar seus filmes com alguma sequência, mesmo que breve, aonde ele será capturado pelas forças da Primeira Ordem. E quem é um soldado da nova força do mal? Finn, que já sabemos que será um desertor. Mas por quê? Vi gente especulando que ele está desiludido com os planos de Kylo e dos líderes da Primeira Ordem, o que pode incluir uma nova Estrela da Morte (de novo?????? Espero realmente que não). Então, tanto quanto ele tenta escapar e desertar, podemos prever que ele ajudará o Poe a fugir. 



-O que eu acho que vai acontecer: Poe consegue fugir e voltar para a Resistência, mas Finn é abatido em Jakku. E aqui entra a nossa querida Rey, uma catadora que foi deixada pelos pais no planeta quando criança ainda (ai, são tantas teorias...). Nós já a vimos com BB-8, nosso mais novo robô do coração. Mas é perceptível que BB-8 não pertence a ela, então como se conheceram? De onde vem esse simpático robozinho-bola? 

(Até porque já vimos imagem do BB-8 com o Poe, no que podem ser partes mais tardias do filme. Será que ele pertence ao piloto? Se sim, estava no Destroyer junto com ele quando foi capturado? Como chegou em Jakku, com o Finn, talvez? Mas porque não o vimos juntos, nas cenas em que Finn caminha pelo deserto? tantas indagações...)

A treta tá louca aqui.


-Vimos imagens de Kylo, a Capitã Phasma e Stormtroopers incendiando uma vila, promovendo um massacre talvez. Será Jakku? Pareceu ser um local no deserto (mesmo sendo de noite), então creio que sim. Estarão atrás do Finn? Muita mobilização por um desertor, acho. Mas de qualquer forma, é importante notar que o local aonde o ex-stormtrooper e a Rey estão é violentamente atacado. e eles são forçados a fugir em polvorosa. Parece o fim...

... Até que nossos queridos Han Solo, Chewbacca e a grande Millenium Falcom dão as caras e salvam o dia!

"Chewie, we're home."

(suor masculino escorre dos meus olhos)

-Percebam que é só dentro da Millenium que Rey e Finn se apresentam. Ou seja, o ataque ao vilarejo de antes é realmente bastante súbito. E aqui encerra o segundo ato.


2º ATO

-Essa parte, assim como a terceira, é mais nebulosa e vaga, mas tentei encaixar algumas peças aqui e ali. Primeiramente, vamos considerar o fato de que Han confirma a existência dos jedis e dos sith pros jovens protagonistas, e os leva para o que parece ser a fortaleza de Maz Kanata, uma pirata. 

Só gente boa aqui.


-Essa deve ser uma parte com muitas revelações, familiares até ("i know your eyes", diz Kanata a alguém no primeiro comercial - teorias de parentescos sendo confirmadas?). Mas como disse no começo desse texto, uma batalha acontecerá aqui, o que é evidente pela cena em que a Rey corre e vê o que parece ser o palácio dos piratas sendo atacados pelas forças da Primeira Ordem. E enquanto ela é encurralada por Kylo Ren e seu sabre-cruz, vemos Finn, Han e um ferido Chewie presos por Stormtroopers em meio a ruínas (tudo indica que se trata do mesmo local).

-Felizmente a salvação vem, e creio que seja Poe retribuindo o favor, atacando os Stormtroopers com X-Wings e garantindo a libertação dos personagens. Como ele chegou lá? Bem, nós o vimos numa sala de guerra com Almirante Akhbar, C-3PO (e seu intrigante braço vermelho) e Princ... não, GENERAL Leia. Han deve ter mandado um sinal ou algo assim, possibilitando o resgate. As cenas do Poe e Finn em meio à mobilização das tropas da Resistência e de Leia chorando nos braços de Han (por que ela tá chorando? Já fico preocupado) parecem se dar num mesmo planeta também. Ou será uma lua? Yavin 4 continua a ser uma base? É bem provável. 

Não chores, minha general.



-Agora... onde está a Rey? Terá sido ela capturada pelo Kylo na floresta? Seria um bom lance pro...

3º ATO

-Nós vimos na trilogia original sempre a mesma história: o Império atacando a Aliança Rebelde. Quando esta atacou primeiro, foi uma armadilha (Retorno de Jedi). Não dessa vez, pessoal. Vimos nos trailers e comerciais cenas de uma grande batalha num planeta nevado - ou seria a tal Starkiller que vimos no cartaz oficial do filme, uma super-arma tão gigantesca que poderia se passar por um planeta (isso sem contar que pela descrição dela, é capaz de destruir SISTEMAS)? Enfim, juntei os pontos e considerei que essa batalha pode ser o grande clímax do filme, bem como o local onde Kylo enfrenta Finn - e ganha, a julgar pela Rey chorando sobre um corpo (que creio ser de um ferido, mas não morto, Finn). Teremos uma reviravolta? Rey pode vingar o amigo caído e derrotar Kylo?

Kylo sem a máscara (pronto, podem parar de dizer que ele é o Luke, caramba!) na paisagem nevada aonde chuto que o clímax do filme vai se passar...

... E prestes a desafiar os mocinhos.


Mas ainda tudo é muito incerto. Como disse, no geral são chutes meus, chutes baseados no que já tivemos de divulgado até agora. E ao contrário de filmes como Era de Ultron e Terminator: Genysis, não tivemos spoilers escancarados até agora. Prova disso é o terceiro trailer, que botou a internet de cabeça pra baixo sem nos dar nada, repito NADA, da história do filme. E mesmo que esses TV spots estejam entregando um "pouquinho mais", ainda não tá nada no nível de spoiler chocante. Pontos pra JJ Abrams, pro elenco, pra Disney e pra Lucasfilm por isso então.

Portanto, aqui ficam as minhas indagações e a de muitos:

-WHERE'S LUKE???????????? O protagonista da trilogia original está sendo mantido no mais absoluto sigilo, e estamos todos loucos querendo saber o que ele tá fazendo. Se isolou a la Yoda? Fará as vezes de velho sábio como Obi-Wan? Sucumbiu ao lado negro (sim, NEGRO, não SOMBRIO) da Força? Ou aprendeu a manejá-la de uma forma que nenhum Jedi ou Sith tinha conseguido? Do Mark Hamill só temos um vislumbre dele tocando o R2-D2 com sua mão robótica (quer dizer, isso se realmente for ele, né) e uma foto que lembrou DEMAIS o Obi-Wan. De resto, tá sumido. Nem no pôster oficial do filme ele deu as caras. E já que o Abrams falou que essa falta de enfoque nele não é coincidência, só posso torcer pra que grandes planos lhe estejam sendo destinados.

-Teremos laços familiares ocultos? Finn ou Rey são filhos de alguém do elenco original? Não creio muito que Rey seja filha de Han com Leia, a julgar pelo pouco que vimos da interação deles no trailer ("It's all true"), mas quem sabe, né? A frase de Maz que mencionei antes não deixa dúvidas de que alguém é pai ou mãe de alguém nessa joça. Felizmente não está nada tão óbvio assim, e a multiplicidade de teorias na internet confirma isso. A melhor ainda é a de que tudo é um complô do Jar Jar Binks.

-Kylo Ren será um novo Darth Vader? No início eu tava receoso pela repetição de "tropos" neste filme, mas não há como negar: o vilão deixou uma marca memorável ao longo desses últimos meses e parece ser bastante ameaçador (Que não seja uma decepção como Ultron ou Franz Oberhauser, amém). Mas ainda estamos diante de um enigma: quem é ele? Por que tamanha obsessão com o legado do Império? Terá ele algum parentesco com algum dos personagens da trilogia original? 

-Já que estamos falando de Primeira Ordem e seus vilões, gostaria muito de saber como o General Hux se encaixa na história. Não nos foi dado muito dele até agora, mas tô chutando que vai ser algo no estilo Moff Tarkin em Uma Nova Esperança. Ah, e não vamos nos esquecer da Capitã Phasma, a Stormtrooper mais badass que já vimos (e que promete não errar nenhum tiro).

-Acima de todos eles, existe o Supremo Líder Snoke. Quem é ele? Até do Luke já tivemos vislumbre e desse cara nada. Novamente usando a lógica dos "tropos", ele poderia representar pra essa nova trilogia o que o Imperador representou pra antiga. Mas honestamente, tô torcendo pro Abrams subverter esses lugares-comuns. 

-Han e Leia ainda estão juntos? Por favor, sim. Eles são um dos meus casais favoritos.

-Alguém do elenco original vai morrer? Já vimos Chewie ferido e muita gente especulando que fosse o corpo dele aquele sobre o qual a Rey estava chorando (algo já praticamente desmentido, como já falei), enquanto outros falam que Kylo matará Han. Por favor, não. Não sei se eu aguentaria (esse pirata canalha é o meu personagem favorito da saga).

-E um monte de outras coisas. Mas vou parar por aqui, o post tá gigantesco!

Enfim, é isso. Vejam essa análise mais como uma compilação de ideias, muitas minhas, outras baseadas no que vi por aí nas redes socias e em sites SE ESTÁ NA INTERNET É VERDADE. Uma coisa é certa: a ansiedade é alta pra esse filme, e pelo histórico cinemático do Abrams e pelo comprometimento de toda a equipe as chances de nos decepcionarmos são mínimas (a não ser que suas expectativas sejam estratoféricas). Dia 17/12, espero estar lá com minha irmã, exultando de felicidade quando os primeiros acordes do tema icônico de John Williams começarem a tocar e os letreiros gigantes forem subindo! Até lá, que a Força esteja conosco!

EDIT.: Saiu um novo teaser focado no Finn, e logo no começo parece ser ele o Stormtrooper assustado durante o ataque noturno a uma vila. Então, retificando o que falei ali em cima, deve se supor que esse ataque à vila deve se passar antes da deserção do Finn, e portanto não está necessariamente ligado a uma procura por ele por ter desertado.



domingo, 27 de setembro de 2015

Da ideologia, da contradição e da essência cristã.

"É tão intelectualmente desonesto defendermos uma ideologia que não conhecemos, como atacarmos uma ideologia que nunca examinamos. Estudar é fundamental. Livro na mão e pé na lama da favela produzem os melhores intelectuais. E a melhor teologia!

Falava outro dia no Congresso da Juventude Batista Brasileira, realizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, quando um grupo de jovens, ao término da minha mensagem, me procurou. Conversamos longo tempo. Gostei demais deles. Todos demonstravam grande inquietação quanto a serem considerados marxistas pelo simples fato de defenderem certas ideias, que na verdade, em seu modo de ver, representam apenas o que o cristianismo proclama. Eles me pareceram lidar com uma pergunta importante, que poucos ousaram responder: quanto do marxismo uma pessoa precisa acreditar para ser considerada marxista? Lembro-me de Dom Hélder Câmara: "Quando dou comida ao pobre dizem que sou santo, quando pergunto por que algumas pessoas são pobres dizem que sou comunista".

Outro tipo de injustiça também pode ser praticada. Considerar necessariamente inimigo do pobre quem rejeita o marxismo. Há muitos que almejam a economia de mercado, com todo seu estímulo à produção de riqueza e competição criativa, regulada pelos ideais de justiça do cristianismo. Eles não creem na revolução do proletariado, não estimulam a luta de classe, e, contudo, rejeitam a exploração do pobre, o lucro como a medida de todas as coisas e a ganância que esgota os recursos naturais do planeta.

Como o cristianismo não cabe nem nas ideologias de direita, nem nas ideologias de esquerda, gostaria de dizer aos que se sentem injustiçados, vítimas dos ataques mais ácidos de ambos os lados, que não ser compreendido é da natureza da verdadeira sujeição a Cristo. Faz parte da vida cristã ser objeto de contradição. O dia em que o mundo nos compreender há muito teremos deixado de viver como discípulos de Cristo.

O importante, seja você de direita, seja você de esquerda, é ser encontrado do lado do pobre, perto de quem o Senhor Jesus sempre esteve. E quando uma chacina como a de Osasco - que interrompeu a vida de 19 pessoas no dia 13 de agosto deste ano -, acontecer, jamais deixar de protestar. Porque você dificilmente será levado a sério se a defesa mais veemente das suas ideias não vier acompanhada da prática concreta da justiça e da misericórdia.

A ideologia sem obras é morta."

Antônio Carlos Costa

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sobre refugiados, xenofobia e o necessitado.

Nada revela tanto da natureza humana quanto o relacionar-se com o outro. A verdadeira face de muitos - a crueldade e o ódio, a arrogância e o desprezo, a intolerância e o preconceito - pode vir à tona no momento em que são confrontados com as diferenças e necessidades do próximo. E poucas vezes isso tem sido tão evidente do que com a situação dos refugiados na Europa.

Foi preciso a foto de um menino sírio morto numa praia para comover o mundo acerca desse assunto, quando na verdade as raízes dele remontam a eventos como a Primavera Árabe e os conflitos étnico-religiosos que a anos assolam o Oriente Médio e a África. Para cada Aylan Kurdi pelo qual choramos há dezenas de árabes e africanos mortos em praias, ignorados pela grande mídia. No entanto, tão chocante e revoltando quanto ver a precariedade das condições de transporte dessas pessoas, é o tratamento que muitas estão recebendo ao chegarem à Europa.

Recentemente noticiou-se a imagem de uma repórter húngara pondo o pé para um imigrante e seu filho tropeçarem. Isso é apenas a ponta do iceberg. Vê-se uma clara falta de sensibilidade e tolerância da parte de muitos, ao que são somados fortes estereótipos (o muçulmano terrorista, o negro inferior, etc.), que não apenas se baseiam em argumentos equivocados, preconceituosos e parciais, como podem se revelar como heranças do imperialismo e colonialismo europeu, que subjugou os continentes asiático e africano e suas culturas habitantes. Tais heranças se perpetuam até hoje e se revelam em momentos como esse.

Sob gritos de "estão roubando os nossos empregos", "eles podem ter doenças", "precisam voltar para seus países", "não podemos sustentá-los" e etc., esconde-se uma aterradora desumanidade, que precisa ser extirpada de nós. E não precisamos ir muito longe, à África ou ao Oriente Médio, para combatê-la: basta começar pelo menino de rua, para o índio desapossado de sua terra. A luta pelo outro, contra nós mesmos, começa aqui.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

A segunda voz.

Existem alguns momentos que são únicos na vida da gente. No meu caso, um desses momentos é ver meus pais cantando. É algo sublime, de uma beleza tremenda, cujas meras palavras não poderiam expressar o que sinto ao ouvi-los. É a sinergia de duas vozes que se complementam, justamente em seus contrapontos (a soprano e o tenor, a primeira e a segunda voz), a união de dois talentos em prol dum propósito maior do que eles próprios - a adoração a Quem é de direito - e que me encanta e me toca.

É em coisas como essas que eu noto os detalhes do amor que cerca e envolve meus pais. Amor este que me serve de referencial, pois jamais vi um tão belo - exceto, é claro, o Daquele que morreu por nós. Eu nunca me canso de frisar o quanto sou inspirado e movido pelo relacionamento deles e de como quero carregá-lo como um modelo para minha vida. Seja vendo em meu pai um exemplo de esposo e pai para seguir, ou na minha mãe como sacerdotisa desta casa e conselheira, ou no dia-a-dia deles, quando mesmo nas angústias e adversidades, este amor não se enfraquece, não se perde. Pelo contrário, até mesmo fortalece. De quantos relacionamentos podemos dizer o mesmo?

Neste dia dos namorados que quase se finda, vemos muitas declarações bonitas e tocantes, e creio e espero eu que a maioria delas sejam realmente sinceras. Mas sejamos francos: muitos desses relacionamentos vistos são superficiais, estão se desgastando, encontrarão seu fim em breve. É difícil encarar essa verdade? É. Torço para que você, leitor(a), caso esteja engajado em algum relacionamento, possa ter a certeza de que não se enquadra nessas categorias e possa fazê-lo duradouro.

O amor não se explica, não vive única e exclusivamente para atender nossas expectativas, e pode encontrar seu fim. Não tão facilmente da mesma forma que o sentimento "a fim" ou a paixão, mas também. Por isso, quando olho pros meus pais, vejo aquilo que se deve ser sempre feito em relação ao mais poderoso e duradouro dos sentimentos: vivê-lo dia após dia. Não importa sua crença, sua opinião, sua visão de mundo: o amor é universal e eterno, o sustentáculo da vida. Pois pra que ter todas as coisas, e não ter amor?

 Feliz dia dos namorados não apenas aos que tem seus cônjuges, mas a todos que saibam  e desejem amar. E acima de tudo, feliz dia dos namorados ao casal que sempre será minha inspiração nesta terra, e torço e quero fazer por merecer encontrar alguém para quem eu possa ser sua segunda voz e assim convergirmos para o propósito supremo do Amor.

sábado, 16 de maio de 2015

Não vou me apegar a respostas prontas.




Nós, cristãos, perigamos sermos simplistas em nossas respostas. Quando somos confrontados pelo outro a respeito de nossas crenças, opiniões, visões de mundo, corremos o risco de recairmos em legalismos baratos, respostas pré-fabricadas, palavras de outros ditas por nossa boca. E a resposta embasada na Verdade? É suprimida pela visão religiosa, estreita.

Essa música aí em cima, que serve como trilha sonora pra esse texto, também tem servido como uma espécie de "hino" pra minha vida, tanto quanto "Seen and Not Heard" do Petra ("actions speak a little louder than words..."): Na letra, Daniela Araújo - não apenas "a esposa de Leonardo Gonçalves", como uma das melhores e mais completas artistas cristãs da atualidade, na minha humilde opinião - traz a tona justamente esse sentimento que habita em mim: o de sentir que está vivendo uma vida repleta de jargões ~gospels~ vazios e insuficientes, movida por uma religiosidade extremamente supérflua, arrogante e incongruente com a Palavra de Deus e que são invalidadas pelas minhas próprias ações. 

Chega o momento em que precisamos dizer "não dá mais". Não dá pra manter essa vida, achando que isso garante a nossa salvação e a nossa santificação. Do que adianta tantos discursos sobre o que é certo e errado e levar uma vida tão hipócrita e contradizente a esse mesmo discurso? Não é apenas sobre ações. Até porque, não são as obras que salvam (assim como a fé por si só não se garante ou vive, mas obrigatoriamente precisa implicar em uma vida prática em comunhão com o Eterno e que irradia sua Luz). 

É tudo sobre a Verdade. A nós nos é dado o direito de questionar, de se interrogar, de buscar saber. Não em homens - por mais bem instruídos que eles sejam -, mas na Palavra, a qual se completa, não depende de nós e de nossas interpretações convenientes e limitadas.

É tudo sobre o Amor. Porque, de adianta tanto conhecimento? Vomitado inutilmente sobre os demais, maculando a essência do Pai e quem Ele é em nossas vidas? "Do que adianta tanta sabedoria, se eu não tiver Amor"? (Outra frase que eu levo como mote em minha vida).

Então precisamos derrubar estes nossos muros. Nos despir de nossos preconceitos. De nossa idolatria. Do nosso eu. Menos de nós, mais Dele. Parar de apontar o dedo para o cisco do outro, enquanto ignoramos a trave no nosso olho.


Eu não posso mais me esquivar
Tenho as respostas bem na minha frente
Mas não vou brigar pela razão

Não preciso mais me preocupar
Com as diferenças que só nos separam
Se o que nos une é maior

Eu não vou me conformar
Vou perder o medo
Desvendar segredos que não são mistério algum


E Nele sermos Um, integrantes do corpo de Cristo. Sendo Luz, diferença para o Mundo. E transformando-o pela conhecimento da Verdade e pelo Amor que nos amou primeiro.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

O amor não é lá um sentimento justo.

O amor não é lá um sentimento muito justo. Pelo menos esse amor "eros", ou as manifestações mais primitivas dele, a paixão. O ardor de um sentimento pelo outro, que no entanto não encontra correspondência. Deve ser um instinto natural do ser humano depositar seu coração aonde não haverá reciprocidade. Ao passo que quando outro(a) deposita o coração dele(a) aos nossos pés, somos nós quem não damos reciprocidade. É a necessidade do desafio, o desejo pela negação, recusa. 

Por quê? Porque somos trouxas, é claro.

Vi nesses dias um post no facebook com a citação de algum filme, aonde a personagem da atriz Ellen Page dizia "Algumas pessoas verão a você como a luz do sol. São é essas que valem a pena", ou algo do tipo. E é bem verdade. Contudo, é aquela coisa que fica na teoria. Poucas coisas são tão complicadas quanto o coração humano, em todas as suas incongruências, falhas e virtudes. Em seus mistérios, em suas tolices, em seus desejos e escolhas, as quais olharemos lá na frente e nos perguntaremos "Sério que eu fiz isso?""Sério que eu me apaixonei por essa pessoa?".

Pois é, o coração sabe ser um tolo. E parece que gosta de levar porrada.

Da maioria a gente se cicatriza rápido. Nem demanda muito tempo: basta alguns dias, meses, pronto, estamos em pé novamente. Já outras...

Cada ser humano é singular em suas experiências relacionais. Ainda assim, pode se identificar alguns padrões. Vou dizer os que atualmente são os meus: garotas de personalidade forte, divertidas, extrovertidas, por vezes desbocadas, mas que com certeza não são "frescurentas". Não vou entrar no detalhe da aparência física, porque tanto isso iria entregar o jogo, quanto tem se tornado cada vez mais irrelevante ao longo dos últimos anos. Seja pra amizade, seja pra algo mais que a amizade, é com esse tipo de garota que acabo me envolvendo, ainda que em se tratando da categoria do "algo mais" tenha sido uns 90% platônico.

É, experiência não é exatamente meu forte. Por outro lado fui agraciado com um aguçado senso de observação perante as coisas deste mundo que costumo trazer aqui pro blog. É o que me faz ver o que trouxe no começo deste texto (escrito meio que de última hora, meio como fruto de várias conclusões acumuladas nessas últimas semanas). Parece que há cada vez menos equilíbrios sobre os sentimentos. Digo "equilíbrio", porque "controle" a gente não tem. Não dá pra simplesmente chegar e dizer "opa, vou gostar dessa menina aqui". Simplesmente acontece. Algumas (no meu triste caso), passam como um vento passageiro, outras são uma tempestade que se instala e permanece. 

Tenho a tendência de dizer que meu coração é um bocado volúvel, e creio dizer com razão. A falta de experiência é a grande provocadora? Creio que sim. Pra você ter ideia, tenho 19 anos e perdi meu bv apenas no ano passado. E considerando que foi a garota quem tomou a iniciativa, poderia muito bem ainda continuar bv até agora. Veja bem, eu nunca me incomodei exatamente com esse "status", e sempre deixei isso claro aqui no blog, mas não vou negar: beijar uma boca me deu vontade de beijar outras bocas. Como conciliar um desejo tão natural com os princípios, com as visões de mundo acerca dos relacionamentos? Seria fácil ficar e pronto. Mas eu sei que cobraria um envolvimento emocional não compatível com esse tipo de relação que só me conduziria a uma crescente frustração. E não quero isso de jeito nenhum.

Então aqui estamos. Almejando dar passos além. Discutindo das coisas do coração. Fazendo escolhas, escolhas por vezes dolorosas. Temendo magoar e ser magoado. Mas tudo isso faz parte destes processos. Não é fácil, mas é como as coisas se dão. Ainda há um apego da minha parte à essência de um relacionamento em tempos de tamanha banalização deles. E no que depender de mim, ainda haverá. É por isso que sigo.

Sob o peso de um "não" ou de um "sim".

domingo, 1 de março de 2015

Não quero mais ser evangélico.

(Desabafo de Ariovaldo Ramos)


Ser evangélico, pelo menos no Brasil, não significa mais ser praticante e pregador do Evangelho (Boas Novas) de Jesus Cristo, mas, a condição de membro de um segmento do Cristianismo, com cada vez menor relacionamento histórico com a Reforma Protestante – o segmento mais complicado, controverso, dividido e contraditório do Cristianismo. O significado de ser pastor evangélico, então, é melhor nem falar, para não incorrer no risco de ser grosseiro.

Não quero mais ser evangélico! Quero voltar para Jesus Cristo, para a boa notícia que Ele é e ensinou. Voltemos a ser adoradores do Pai porque, segundo Jesus, são estes os que o Pai procura e, não, por mão de obra especializada ou por “profissionais da fé”. Voltemos à consciência de que o Caminho, a Verdade e a Vida é uma Pessoa e não um corpo de doutrinas e/ou tradições, nascidas da tentativa de dissecarmos Deus; de que, estar no caminho, conhecer a verdade e desfrutar a vida é relacionar-se intensamente com essa Pessoa: Jesus de Nazaré, o Cristo, o Filho do Deus vivo. Quero os dogmas que nascem desse encontro: uma leitura bíblica que nos faça ver Jesus Cristo e não uma leitura bibliólatra. Não quero a espiritualidade que se sustenta em prodígios, no mínimo discutíveis, e sim, a que se manifesta no caráter.

Chega dessa “diabose”! Voltemos à graça, à centralidade da cruz, onde tudo foi consumado. Voltemos à consciência de que fomos achados por Ele, que começou em cada filho Seu algo que vai completar: voltemos às orações e jejuns, não como fruto de obrigação ou moeda de troca, mas, como namoro apaixonado com o Ser amado da alma resgatada.

Voltemos ao amor, à convicção de que ser cristão é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos: voltemos aos irmãos, não como membros de um sindicato, de um clube, ou de uma sociedade anônima, mas, como membros do corpo de Cristo. Quero relacionar-me com eles como as crianças relacionam-se com os que as alimentam – em profundo amor e senso de dependência: quero voltar a ser guardião de meu irmão e não seu juiz. Voltemos ao amor que agasalha no frio, assiste na dor, dessedenta na sede, alimenta na fome, que reparte, que não usa o pronome “meu”, mas, o pronome “nosso”.

Para que os títulos: “pastor”, “reverendo”, “bispo”, “apóstolo”, o que eles significam, se todos são sacerdotes? Quero voltar a ser leigo! Para que o clericalismo? Voltemos, ao sermos servos uns dos outros aos dons do corpo que correm soltos e dão o tom litúrgico da reunião dos santos; ao, “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu lá estarei” de Mateus 18.20. Que o culto seja do povo e não dos dirigentes – chega de show! Voltemos aos presbíteros e diáconos, não como títulos, mas, como função: os que, sob unção da igreja local, cuidam da ministração da Palavra, da vida de oração da comunidade e para que ninguém tenha necessidade, seja material, espiritual ou social. Chega de ministérios megalômanos onde o povo de Deus é mão de obra ou massa de manobra!

Para que os templos, o institucionalismo, o denominacionalismo? Voltemos às catacumbas, à igreja local. Por que o pulpitocentrismo? Voltemos ao “instruí-vos uns aos outros” (Cl 3. 16).

Por que a pressão pelo crescimento? Jesus Cristo não nos ordenou a sermos uma Igreja que cresce, mas, uma Igreja que aparece: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. “(Mt 5.16). Vamos anunciar com nossa vida, serviço e palavras “todo o Evangelho ao homem… a todos os homens”. Deixemos o crescimento para o Espírito Santo que “acrescenta dia a dia os que haverão de ser salvos”, sem adulterar a mensagem.

“Tornai vós para mim, e eu tornarei para vós diz o Senhor dos exércitos”. Seja um patrocinador desta obra, seja um colaborador de Cristo!

Que Deus te abençoe!



Publicado em: https://pedrasclamam.wordpress.com/2014/05/03/ed-rene-kivitz-nao-quero-mais-ser-evangelico-desabafo-de-ariovaldo-ramos/

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Das cinzas, nasce a esperança.

Eu tirei o "aspirante a engenheiro" da minha descrição do blog.

Há alguns meses, jamais consideraria a hipótese de cursar algo que não fosse a engenharia. Há alguns meses, eu tive a esperança de poder continuar no curso numa situação melhor do que a com a qual o comecei, tendo encerrado um difícil mas em sua maior parte satisfatório segundo semestre.

Contudo, o terceiro semestre foi um terror. Um fracasso inominável, que pôs em xeque todas as minhas expectativas e esperanças para esse curso. A dúvida, a angústia, o desespero e a solidão batiam à porta dia após dia, manifestando-se em uma dor por vezes excruciante. Foi horrível. Eu estava quase a ponto de desistir.

Quando colei e fui pego naquela prova de Física, perdendo naquela matéria, percebi a que ponto tinha chegado. Eu não queria ser um aluno menos que medíocre. Como podia sobreviver nessa realidade? Como podia me rebaixar a esse tipo de pessoa? Será que era ali que eu devia investir meu potencial? 

Afinal de contas, eu estava no lugar certo?

Não.

Essa resposta não veio da noite pro dia. Levou um ano e três meses, propriamente dito. Quando meus pais estiveram em Aracaju finalmente nos acertamos. E pela primeira vez senti que a vida não se restringia ao curso que tanto quis por anos e anos. Como minha terapeuta falou recentemente, eu estava focado na pós-graduação em Engenharia de Transportes e ignorei o peso de trilhar os caminhos da graduação (e que também fui extremamente teimoso, prolongando o sofrimento no curso). Havia outras áreas aonde eu poderia trabalhar com o que eu queria. Geografia (na Geografia Urbana), o curso de Urbanismo na UNEB... eu não podia me limitar. Sem contar outras áreas aonde eu possa exercitar o meu verdadeiro dom: a escrita. Sim, a escrita. No fim das contas ela venceu.  

É difícil, até mesmo estranho, me equiparar agora com quem eu era há uns dois ou três meses atrás. Tenho encontrado a paz. Ter a coragem de largar esse curso, contra tudo o que possam achar de você ("Vai largar a Engenharia e ir pra Humanas? Vai morrer pobre" e etc.), significou tirar um fardo de minhas costas que estava me consumindo, me destruindo. O próximo passo, tão doloroso e difícil quanto, foi deixar Aracaju: deixar lá meus amigos, minha igreja, toda a vida que estava construindo lá. Não foi uma coisa fácil, pois eu amo essa cidade e as amizades que fiz lá. Mas olhando agora, para a vida que estou retomando em Itapetinga, vejo que foi a melhor atitude. E quem disse que se trata de um "adeus"?

A vida é uma coisa engraçada. Da tragédia, encontrei alegria. Do choro, encontrei riso. É bom estar de volta à casa. Ainda sinto saudades. Ainda queria continuar essa jornada com meus colegas da Engenharia, ainda queria crescer espiritualmente no serviço com meus irmãos adolescentes da igreja. Mas neste novo tempo, busco o verdadeiro caminho pra mim. Buscando ser menos do que eu era, e mais do que posso ser no Pai e em sua Verdade. Sou falho, imperfeito. Vivo com conflitos diários. Posso ser o maior inimigo de mim mesmo. Sofro de uma passividade por vezes auto-destrutiva. De uma carência no campo sentimental. Pra tudo isso há o porto seguro do lar, dos meus pais e amigos. Pra isso há a terapia. Mas acima de tudo, para todos esses problemas há a solução na presença do Eterno. Nele sou verdadeiramente feliz. Nele tenho a paz que tenho almejado.

É um novo tempo. Uma nova realidade. Meu período em Aracaju não foi em vão. Por intermédio do que aprendi dele, tenho certeza de que posso fazer as coisas diferentes. E o que tenho lá não será esquecido. 

Pois agora, na esperança que deposito aos pés do meu Senhor e Redentor, busco a certeza do caminho aonde crescerei e me realizarei.