domingo, 27 de julho de 2014

"Actions speak a little louder than words."



E aqui estamos nós, dando continuidade à esta longa resenha sobre um dos meus álbuns preferidos de todos os tempos, o fantástico Beyond Belief do Petra. Na primeira parte falei acerca da importância da banda pra mim e como eu a estava redescobrindo, e das primeiras cinco músicas do álbum, que compõem o seu lado A. Agora tratarei das outras cinco, que formam o lado B.



Ele já começa a todo vapor com a canção mais pesada do álbum: Underground. É uma música que nos incita a permanecer fortes mesmo quando o mundo está contra nós, mesmo quando somos rejeitados por causa daquilo em que acreditamos. É uma música que demonstra força, desde sua introdução agressiva até seu final em fade-out, os vocais repetindo o refrão viciante: "I won't go underground, i won't turn and flee, i won't bow the knee, i won't go underground". 



E a próxima música é nada mais nada menos do que ela, Seen and not Heard! Depois de meses utilizando sua frase como um "mantra" é mais do que o momento de falar do que se tratam suas letras. E que letras! Fortes, contundentes, um tapa na cara! "There's too much talk and not enought walk, sometimes God's children should be seen and not heard". Fala de como nós cristãos estamos presos em discursos legalistas e litúrgicos, presos em estruturas religiosas que não convencem nem atraem neste mundo pós-modernista, pós-Deus, pós-tudo. "Let your light so shine in all you do, with an answer near when they come to you, don't let your mouth start talkin' until your feet start walkin'". É disso que estou falando, cara! É isso que quero levar pra minha vida. Pregar o Evangelho e se preciso usar palavras.


Last Daze, a oitava música, é provavelmente a mais subestimada aqui. Eu mesmo confesso que nunca dei muita atenção a ela. Suas letras são profundamente escatológicas, prenúncios sombrios dos últimos tempos. Musicalmente é outra canção forte (criar refrões cativantes é uma obrigação do rock oitentista e um dos grandes trunfos do Petra). Eu adoro a quebra no meio da música após o esquema verso-refrão-verso-refrão, onde teclados e baixo fazem a camada antes de Bob Hartman entregar mais um de seus solos míticos. Nota-se, depois do solo, uma "ponte", um elemento comum em várias músicas da banda, antecedendo o refrão e o final da música.


What's in a Name é outra canção relativamente desconhecida. Enquanto que eu penso que ela ficaria melhor como sendo a oitava música e Last Daze a nona, é uma música bastante enérgica, com bastante variações melódicas. Suas letras, baseadas em Filipenses 2.9-10, são gloriosas: quem é Este que expulsa demônios, que até o vento e o mar obedecem, que traz os mortos de volta à vida, que se sacrifica por amor de nós pecadores? Para alguns é o filho de um carpinteiro, para outros apenas mais um profeta de meras palavras bonitas; há quem negue que Ele realmente existiu. Mas eu sei no que tenho crido. Sei onde posso encontrar minha rocha, meu porto seguro, meu Alfa e Ômega, Emanuel.

"No other name can sound so sweet
No other name is so complete
No other name can bring release
The Mighty God, the Prince of Peace"(8)





E assim como Love fechou o lado A, é hora de mais uma bela e calma canção fechar o lado B. Prayer. Uma oração cantada, pura e simplesmente. Uma canção de agradecimento, adoração, prece, doces palavras que demonstram uma gama de sentimentos. Essa música é maravilhosamente linda. Aquele tipo de canção que precisa ser sentida, pois meras palavras não poderiam defini-las. Uma maneira majestosa e ao mesmo tempo simples de se encerrar esse álbum.

Ao fim dessa experiência tão singular que é ouvir Beyond Belief, ainda mais tendo-se consciência das mensagens passadas pelas letras de cada música, é difícil não se interessar pelo Petra. Não apenas pelos gêneros de fácil assimilação que eles tocam, mas principalmente porque o impacto causado por suas músicas mostra que essa não é uma banda de clichês líricos. Pelo contrário, ao longo de sua extensa trajetória eles têm demonstrado uma integridade maravilhosa com o compromisso assumido de serem músicos servos. 

Este foi um texto escrito com o coração, palavras sinceras de quem cresceu ouvindo o som desses caras, mas que só está dimensionando a importância disso agora. Uma série de razões me levou a escrever essa resenha: a conversa com meus colegas ontem, o fato de que Love foi usada numa aula da EBD da minha igreja em Itapetinga (ah, como eu gostaria de estar presente...), uma ideia (talvez não tão) repentina de escrever esse texto por achar esse álbum digno. Espero que para aqueles que nunca ouviram esse álbum ou sequer conhecem o Petra, seja uma boa oportunidade de conhecer essa banda fantástica que tem contribuído e muito para minha vida espiritual. 

Abaixo, está o vídeo de um mini-filme feito pela banda à época do lançamento do álbum para divulgação do mesmo, o qual conta a história de "um jovem atleta cristão que, depois de se sentir decepcionado com o divórcio de seus pais e seu irmão com diagnóstico de câncer, encontra seu caminho de volta para o Pai, numa luta espiritual e de vitória que o leva a uma 'fé incomparável'"¹.



¹Wikipédia

"There is no rock in this world but our God."



"Ações falam mais alto do que palavras."


Como descrever a importância do Petra pra mim e pro rock cristão em geral? Uma banda que, nos idos de 1970, usou um estilo musical tido como "do diabo" para, vejam só, falar de Deus e da Palavra. Foram necessários mais de dez anos para o Petra obter o reconhecimento comercial e crítico de que eram dignos. Reconhecimentos esses obtidos definitivamente com Beyond Belief, seu registro mais aclamado e frequentemente considerado sua magnum opus.

Meu pai costuma brincar dizendo que ele perdeu um show do Petra em 1995 por causa do meu conhecimento. Felizmente isso foi compensado tornando seu filho um fã da banda. Mas assim como aconteceu com o Queen há dois anos atrás, mesmo conhecendo a banda há tanto tempo só nos últimos meses (graças ao Spotify) tenho realmente adentrado o universo de seus discos, seus shows, suas letras. Todo aquele amor que tive pela banda cresceu e cresce exponencialmente.

A frase que inicia esse texto é tirada da letra da música Seen and Not Heard, e para aqueles que acompanham meu blog ou até me conhecem pessoalmente, devem achá-la familiar. Pois bem, aprendi-a com meu "painho" Zica (na versão "aquilo que você faz fala mais alto do que aquilo que você fala") e a tomei como um lema para minha vida, um princípio moral, um norte. Ontem, eu estava no subway com meus colegas e sem saber como a discussão foi parar em religião. Eu e mais dois tentávamos convencer o outro acerca da importância do cristianismo. Mas nossas palavras não foram suficientes. Então eu lancei a ele, "espero que meu exemplo de vida fale mais a você do que o que eu digo". Ou algo assim.

Sabe, enquanto que eu sempre me importei mais com a música do que com a letra, nos últimos tempos sinto que não posso aplicar isso à música cristã. Não quando não sinto Deus falando naquela canção, quando me canso dos clichês "gospels". E meu amigo, se tem uma coisa no qual o Petra sabe ser excelente além de sua musicalidade é em suas letras. Claro que as traduções não podem ajudar, mas Bob Hartman, guitarrista e principal compositor/letrista da banda ao longo de seus quarenta anos de história, sabe como poucos trazer para as canções da banda a essência da Verdade, do Evangelho. Que quando têm de ser críticas são, que quando têm de ser gratificantes ou confessionais, também são.

Se tudo o que eu disse te convenceu a ouvir a banda, comece por Beyond Belief. Se não, escute-o do mesmo jeito e tire suas próprias conclusões. 



É impossível não sentir aquele "instiga" a gritar "hey-ey-hey-ey-ey" que surge nos primeiros segundos de Armed and Dangerous, a primeira música do álbum. Uma deliciosa mistura de hard rock com AOR (Adult-Oriented Rock), gêneros que dominaram os anos 1980 e são plenamente evidentes aqui, mesmo que seja uma obra de 1990. Estamos diante de um hino de guerra, uma convocação nítida em suas letras: "The enemy will tremble, as young and old assemble, a mighty army up in arms". É uma música que resume o tom do álbum, especialmente na sonoridade: os vocais poderosos do sempre sensacional John Schillit, a guitarra tão pesada e melódica de Bob Hartman, o baixo pungente de Ronny Cates e o dinamismo dos teclados "80-nescos" de John Lawry com a bateria memorável de Louie Weaver (são eles dois quem mais contribuem pro aspecto AOR do disco). E a partir daí as coisas só melhoram.



Em seguida vem uma das minhas favoritas de sempre, I Am On the Rock". Sim meu leitor, foi da letra dela que saiu o título deste texto. As letras falam das dificuldades que enfrentamos no mundo, das adversidades que surgem em nossas vidas e que podem sim nos fazer desanimar e perder a esperança; no entanto, se estamos firmados sobre a rocha viva que é Jesus não há o que temer (em tempo: Petra é rocha em grego). Eu amo o riff de guitarra nesta canção, os solos excepcionais de Hartman e novamente me sinto instigado a cantar com os membros da banda as letras. 



Eis que chega Creed. Cara, o que dizer desta canção. Muito provavelmente a declaração de fé mais poderosa, pungente e assombrosa que já vi em toda a minha vida. Creed é credo em inglês, e é disso que ela trata em suas letras, começando por palavras tão arrebatadoras como essas: "I believe in God The Father, maker of heaven and earth, and in Jesus Christ, his only Son, i believe in the virgin birth". Cantadas por um infalível John Schillit, elas são acompanhadas de teclados atmosféricos, seguidos de um baita baixo e bumbo antes que guitarra e bateria completa entrem, trazendo o peso devido a essa música tão maravilhosa. 

"This is my creed
The witness I have heard
The faith that has endured
This truth is assured
Through the darkest ages past
Though persecuted, it will last
And I will hold steadfast to this creed"(8)



A quarta música carrega o nome do álbum e, ah... Pode existir outra mais clássica (indagação difícil num álbum de tantos clássicos pra nós fãs)? Mas caramba, aquele riff que abre a música é eterno. Sempre abro um sorriso quando na minha playlist random ela se inicia. Acho que só esse sentimento que ela me passa, desde seu título ("além da fé"). Porque você sabe né, a fé é o fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem.

"There's a higher place to go, beyond belief, beyond belief
Where we reach the next plateau, beyond belief, beyond belief"(8)


E assim, encerrando essa primeira parte de minha longa resenha sobre esse disco (que eu não esperava que fosse ficar tão grande, mas é sempre a mesma coisa quando escrevo no blog), falarei da música que encerra o lado A do disco (sim, ele foi lançado ainda na época dos vinis). Seu nome é nada mais do que "Love". Você pode pensar que essa vai ser uma baladinha oitentista meia-boca, mas se Creed é uma declaração poderosa de fé, Love é uma declaração poderosa de amor. E não qualquer amor, mas o ágape, aquele que faz um Pai entregar seu Filho por amor de toda a humanidade. O amor que vemos em I Coríntios 13, aquele que é paciente, bondoso. 

"In this world where push turns to shove
We have strength to rise above
Through the power of His love"Toquem essa música no meu funeral, por favor. Mais importante: VIVAM essa música, dia após dia.(continua na parte 2...)



sexta-feira, 25 de julho de 2014

Planeta dos Macacos - O Confronto

"Macaco não mata macaco."


Bom, o que dizer? E pensar que há um mês eu nem estava tão interessado nesse filme. Mas caramba, o que eu vi hoje me impressionou! Não apenas superou o (ótimo) primeiro - tarefa, convenhamos, nada fácil - como figura fácil fácil entre os melhores do ano. "Somos todos macacos"? Depois desse filme, é difícil responder. É um mundo definitivamente assustador esse em que símios ascendem como uma civilização poderosamente organizada enquanto os homens regressam à barbárie.
Este blockbuster nos faz pensar, coisa rara pra essas produções, vamos admitir. Mesmo com os esforços de César e Malcolm em promover a paz entre as duas espécies, há aqueles dos dois lados que não podem abrir mão de seus ódios e preconceitos. Isso me faz refletir bastante sobre nossos dias, onde judeus e palestinos se matam e mísseis derrubam aviões na Ucrânia.
Ambos os lados querem sobreviver, ambos os personagens (homem e macaco) querem o melhor para os seus semelhantes. Mas até que ponto isso é possível sem interferir no direito do outro? Como o filme mostra, o limite para isso é tênue e inevitavelmente será quebrado. O confronto anunciado no título é construído lentamente, através de discursos inflamados de ódio, momentos de tensão, traições e por fim, um golpe de estado. E então vem a guerra, e as consequências dela ainda vão repercutir e muito.
Dito essas coisas, não posso deixar de elogiar o trabalho de atuações, tanto as de capture motion quanto as humanas. Não achei o trabalho dos atores tão mal assim, embora o mais memorável seja realmente do Malcolm de Jason Clarke, mas é óbvio que o destaque são os macacos perfeitamente construídos em CGI. A evolução da tecnologia é assombrosa. Se em Rise of Planet of Apes os efeitos visuais e a captura de movimentos já eram louváveis, aqui são mais ainda. Academia, não ignore o trabalho do Andy Serkis! Seu César está mais velho, mais sábio, mais cansado - ele se importa com seu povo, e é por isso que não quer agir precipitadamente. Por outro lado, o Koba de Toby Kebbel é tremendamente assustador: ouso dizer, o melhor vilão do ano até agora. Mesmo assim, suas ações tem justificativas. E esse é um dos maiores méritos do filme: nenhuma ação é tomada do nada, objetivando apenas o caos, mas sempre há um "porquê". Humanos perderam muito, macacos querem se proteger deste mundo pós-apocalíptico e hostil. Ambos os lados tem suas razões.
E essas razões que enfim, levarão à guerra.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Reflexões da derrota.


"O brasileiro não gosta do Brasil, ele gosta de ganhar. Se o Brasil ganha, ele tem orgulho e amor. Se perde, queima bandeira."


Hoje o Brasil foi vergonhosamente derrotado de 7 a 1 pela Alemanha. Depois da lesão que Neymar sofreu que o tirou da Copa e o cartão amarelo que afastou Thiago Silva, muitos de nós não esperávamos que a seleção ganhasse dos alemães, por mais que ainda nutríssemos certa esperança. Mas o que se viu foi muito pior do que qualquer um esperava. Nem o mais otimista dos alemães ou o mais pessimista dos brasileiros imaginava que hoje, no Mineirão, veríamos a maior goleada que a seleção brasileira tomou na história. Em casa. Foi um baque pra toda uma nação.

Ou melhor, pra quase toda uma nação.

Da derrota, erguem-se dois tipos, um tão detestável quanto o outro: o pseudo-cult que se acha melhor do que todos por não gostar futebol, e dos pseudo-patriotas que com a derrota do Brasil se acham no direito de expressar sua revolta, como se só agora valesse a pena questionar os problemas do Brasil (problemas que estes, e muitos de nós, meramente ignoraram durante toda a vida, não apenas durante a Copa). 

Os primeiros se veem realmente no direito de julgar todos os que são amantes do futebol, taxando o esporte de "coisa de alienado" como se fossem superiores por isso. O mais engraçado de tudo é que escolhem a seleção como um alvo. Houve desvios de verba? Torceremos contra a seleção. Há corrupção no Brasil? Torceremos contra a seleção. Minha unha tá encravada? Torceremos contra a seleção. Que a Copa podia ser usada como um poderoso instrumento político isso sempre foi bem óbvio, mas sinceramente isso não torna todo torcedor um alienado. Só que na cabeça desses elitistas é isso que há. O futebol, em si, torna-se um mero bode expiatório para pessoas que não apresentam nenhuma proposta concreta de mudança. Esse é o legado desse nosso maldito complexo de vira-lata, onde tudo o que vem de fora é melhor e nada no Brasil presta.

Claro que ninguém é obrigado a gostar de futebol. Mas filhão, não é torcendo contra a seleção que você vai fazer um hospital de primeiro mundo surgir do nada não, ok?

O segundo tipo é pra mim ainda mais desprezível. Isso porque esses indivíduos passaram os últimos dias com aquela euforia ufanista, gritando "eeeeeu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor..." e agora depredam patrimônios públicos, queimam bandeiras e praticam vandalismo, como se a derrota do Brasil hoje os tivesse feito "abrir" os olhos para os problemas que este país enfrenta (problemas esses para os quais muitos de nós temos fechado os olhos por toda a vida, não apenas por causa da Copa - lidem com isso). Sério, o que essa gente tem na cabeça? Resumir patriotismo, amor à sua própria nação, ao desempenho da seleção nas Copas? Que mente limitada a deles. E sabemos que não são poucos os que pensam assim - é uma mentalidade de milhões, o reflexo dos erros crassos que assolam nossa cultura do futebol. Daí vem a frase que usei no início do texto.

Ah, e nem preciso avisar que queimar a bandeira é crime contra o símbolo nacional, né? Só pra constar.

Sinceramente? Não dá pra mensurar a pressão psicológica que a seleção deviam estar sofrendo da mídia, da comissão técnica, de si mesmos, tendo a responsabilidade de jogar - e ganhar - uma Copa em seu próprio país, no "país do futebol", 64 anos após algo como o Maracanaço. É fácil falar que eles foram uns chorões (no jogo contra o Chile e neste), difícil é entender o que mais estava em jogo naquele campo além da bola, toda as responsabilidade, o peso. O psicológico deles deve estar abalado pra caramba e precisa ser bastante trabalhado, até porque ainda falta disputar o terceiro lugar. Pra eles foi um fracasso, não importa o que a gente diga. Se tivessem trabalhado pra jogar por si e não por toda uma nação (uma nação tantas vezes ingrata, hipócrita e ignorante), o impacto da derrota certamente teria sido menor. Mas a derrota ainda estaria lá. É toda uma cultura futebolística aqui no Brasil que precisa ser mudada, desde suas bases


Olha, não dá pra mensurar a pressão psicológica que esses caras deviam estar sofrendo, da mídia, dos superiores, de si mesmos. É fácil falar que eles foram uns chorões, difícil é entender o que mais estava em jogo naquele campo além da bola. O psicológico deles tá fudido e precisa ser bastante trabalhado. Pra eles foi um fracasso, não importa o que a gente diga. Se tivessem trabalhado pra jogar por si, o impacto da derrota poderia ter sido menor, mas a derrota ainda estaria lá. É toda uma cultura futebolística aqui no Brasil que precisaria ser mudada lá nas suas bases.


O que sei é que o país do futebol não deve ter vergonha de sê-lo, nem se limitar a sê-lo. Ele só precisa de novas óticas num mar de dualismos forçados.