sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Destinos.

O mundo é regido pelo suave farfalhar do bater de asas de uma borboleta.

Suaves, gentis, ela conduzem o corpo deste pequeno inseto, levando-o pelo ar em sua jornada. Seja como um pesticida, seja como um polinizador, ele possui seu papel dentro do ciclo da vida, agindo com parcimônia, seguindo sua vida.

Por causa daquele bater de asas, provocou-se um tufão no Japão.

O movimento mais singelo, mais puro, acaba causando o caos. Gradativamente, paulatinamente, causa uma série de casos e ocasos, levando à tragédia. O simples fazer, o deixar de fazer, conduz a uma outra realidade. Aquele simples gesto traz complexas consequências.

Erros e acertos. Lógicas e emoções. Destinos. A natureza do ato, refletida em suas consequências. O teor da intenção, expresso nas linhas do destino. 

Eu penso em como a nossa vida é frágil e efêmera, moldada por nossas ações e por situações maiores do que nós. Somos senhores do nosso próprio destino, já ouvi dizer. É verdade? Quando olho pras tragédias que aconteceram de forma inexplicável, eu encontro outras respostas. Quem poderia dizer que aquele machucado ia gangrenar? Que aquele avião ia falhar? O que podemos prever em nossas vidas? Fazemos planos, e eles se tornam pó.

Não somos nada diante do acaso. Do Todo Poderoso Destino. Somos senhores do presente, e olhe lá. Acredito - e essa é uma ideia que tenho alimentado há algum tempo - que a vida, ou melhor, o futuro dela, é feito de inúmeras variáveis, uma para cada decisão que tomamos ou deixamos de tomar, uma para cada fato que está além de nossa interferência. E à cada escolha, à cada eventualidade, este número de variáveis se altera para mais ou para menos, indicando novas possibilidades a se viver. 

A vida segue, para além de nossa racionalidade e previsão. Porque ela é imprevisível, e é isso que a torna tão mágica e assustadora.

2 comentários:

  1. " Fazemos planos, e eles se tornam pó."

    Como saber aonde nossa decisão, até mesmo um decisão simples pode nos levar, não é?
    Por isso procuro sempre fazer o melhor, e tomar as melhores decisões que estiverem ao meu alcance. Ruim é quando a decisão que parece certa não é a que te favorece.
    Mas, como você disse, assim é a vida, e isso que faz dela extraordinária.

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    1. Extraordinária e assombrosa. Realmente não somos páreos para o poder dela, mas isso nunca deve nos impedir de viver. Eu não a vejo como algo meramente casual - minhas crenças, meus ensinamentos, são reflexo de eu acreditar em algo maior. Há um propósito para cada minúsculo fato que ocorre em nossas vidas, eu vejo as coisas dessa forma, quer seja por nossa mão ou não.

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