sexta-feira, 25 de julho de 2014

Planeta dos Macacos - O Confronto

"Macaco não mata macaco."


Bom, o que dizer? E pensar que há um mês eu nem estava tão interessado nesse filme. Mas caramba, o que eu vi hoje me impressionou! Não apenas superou o (ótimo) primeiro - tarefa, convenhamos, nada fácil - como figura fácil fácil entre os melhores do ano. "Somos todos macacos"? Depois desse filme, é difícil responder. É um mundo definitivamente assustador esse em que símios ascendem como uma civilização poderosamente organizada enquanto os homens regressam à barbárie.
Este blockbuster nos faz pensar, coisa rara pra essas produções, vamos admitir. Mesmo com os esforços de César e Malcolm em promover a paz entre as duas espécies, há aqueles dos dois lados que não podem abrir mão de seus ódios e preconceitos. Isso me faz refletir bastante sobre nossos dias, onde judeus e palestinos se matam e mísseis derrubam aviões na Ucrânia.
Ambos os lados querem sobreviver, ambos os personagens (homem e macaco) querem o melhor para os seus semelhantes. Mas até que ponto isso é possível sem interferir no direito do outro? Como o filme mostra, o limite para isso é tênue e inevitavelmente será quebrado. O confronto anunciado no título é construído lentamente, através de discursos inflamados de ódio, momentos de tensão, traições e por fim, um golpe de estado. E então vem a guerra, e as consequências dela ainda vão repercutir e muito.
Dito essas coisas, não posso deixar de elogiar o trabalho de atuações, tanto as de capture motion quanto as humanas. Não achei o trabalho dos atores tão mal assim, embora o mais memorável seja realmente do Malcolm de Jason Clarke, mas é óbvio que o destaque são os macacos perfeitamente construídos em CGI. A evolução da tecnologia é assombrosa. Se em Rise of Planet of Apes os efeitos visuais e a captura de movimentos já eram louváveis, aqui são mais ainda. Academia, não ignore o trabalho do Andy Serkis! Seu César está mais velho, mais sábio, mais cansado - ele se importa com seu povo, e é por isso que não quer agir precipitadamente. Por outro lado, o Koba de Toby Kebbel é tremendamente assustador: ouso dizer, o melhor vilão do ano até agora. Mesmo assim, suas ações tem justificativas. E esse é um dos maiores méritos do filme: nenhuma ação é tomada do nada, objetivando apenas o caos, mas sempre há um "porquê". Humanos perderam muito, macacos querem se proteger deste mundo pós-apocalíptico e hostil. Ambos os lados tem suas razões.
E essas razões que enfim, levarão à guerra.

2 comentários:

  1. Resenha perfeita!
    Adorei o filme, e sempre gostei de todos os filmes de Planeta dos Macacos por causa dos conflitos, ódio, e tudo o mais que cerca o plot, além dos efeitos!
    Acho que já disse, e repito: Seus gosto pra filmes é ótimo!

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    1. Haha, mais uma vez digo: obrigado Taina!

      Engraçado que, antes de assistir esses dois filmes desta nova franquia d'O Planeta dos Macacos, meu único contato com a série tinha sido a fraca versão de Tim Burton (além do conhecimento geral sobre a antológica cena final do primeiro filme de 1968). E pensar que não estavam botando fé nesta nova franquia, e agora estamos diante de dois dos melhores blockbusters dos últimos anos, especialmente este novo filme, que certamente superou as expectativas de todos. Sério, já é um dos meus favoritos de 2014 (que está sendo um ano de super-produções incríveis). Nem me surpreenderia se ele levasse o Oscar de efeitos visuais, porque a qualidade e o realismo destes símios é assustadora. Basta ver o close dado no rosto de César na última cena. É de arrepiar de tão perfeita.

      E só dois adendos: seu gosto de filmes também é ótimo, se é parecido com o meu hahaha e se me permite dizer, sua atual foto de perfil está lindíssima <3

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