domingo, 22 de novembro de 2015

Quando penso que já sei de tudo...

O caminhar com o Pai exige, por si mesmo, crescimento. É incoerente viver uma vida que se é nomeada como cristã e que no entanto permanece estagnada, nunca avançando do ponto onde está, sustentada por velhos alicerces de religiosidade e conceitos deturpados da Verdade.

Quando aceitamos a vontade de Deus sobre nossas vidas, é preciso entender algo: o mundo é mais do que as nossas escolhas, e os caminhos que tentamos seguir por nós mesmos muitas vezes levam à morte. Em Jeremias 10.23 está escrito: "Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos", e Provérbios 16.9 diz: "Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos". Já em II Samuel 22.31 a palavra é a seguinte: "Este é o Deus cujo caminho é perfeito; a palavra do Senhor é comprovadamente genuína. Ele é escudo para todos os que nele se refugiam". 

Com isso, quero dizer que Deus toma o controle das nossas vidas e que não precisamos fazer mais nada, pois Ele decidirá por nós? Não, pois creio que "esperar é caminhar". O que de fato quero afirmar é que Seu Espírito enche-nos de sabedoria, capacita-nos com discernimento e conhecimento da Tua Verdade, possibilitando que assim possamos entender a Sua boa, perfeita e agradável vontade. E assim, através da obra Dele em nossas vidas, fazemos o nosso caminho.

Só que mesmo assim podemos nos perder nesse caminho. Muitos, depois de anos dentro de igrejas, liderando ministérios, vivendo uma vida aparentemente irrepreensível, julgam estarem mais do que aptos e capacitados, de modo que não precisam mais saber nada da Palavra ou do próprio Pai. Mas se o caminhar com Ele exige crescimento, como podemos esperar que haja um ponto final? Como podemos sequer supor que pelos nossos próprios méritos já atingimos o mais grau elevado de santificação e que não há mais nada para se melhorar, se tratar dentro de nós? Só esse pensamento já demonstra que ainda estamos longe do que se consideraria "ideal" para um cristão. E esse ideal é Cristo. Não há espaço na mensagem do Evangelho para meritocracia. Apenas pela graça (receber o que não merecemos) e pela misericórdia (não receber o que merecemos) do Altíssimo é que temos condições de sermos salvos.

Nesse processo, mesmo entre erros e quedas, a figura e o legado de Cristo, em toda a sua humildade, soberania e poder, permanece como alvo. Apenas Ele foi irrepreensível; quanto a nós, temos cada um que matar nossos leões por dia. Por isso somos convidados à autorreflexão diária; temos de lidar com a dor e a adversidade que quando superadas, também fomentam nosso crescimento; precisamos ser imbuídos pelo Espírito de sabedoria que nos permita reter o que é bom da crítica (tantas vezes necessária) do outro, de cada situação que vivenciamos. Que o caminhar com o Pai nos traga evolução e não involução; mudança e não estagnação.

Quando pensarmos que já sabemos de tudo, é quando precisamos perceber que não sabemos de nada.

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