terça-feira, 8 de outubro de 2013

A morte da infância.




Acho que assim como eu, muitos foram pegos de surpresa ontem com a mudança da vinheta da Sessão da Tarde. Não importam as justificativas, foi como dar um chute entre as pernas de sua própria infância. Para muitos, assistir aquela vinheta antiga aparecendo na tela da televisão era garantia de uma tarde maravilhosa, assistindo aquele clássico que, não importasse quantas vezes era reprisado, sempre assistíamos. Bons tempos, bons tempos. 

Infelizmente estes tempos não voltam mais.

A tevê aberta parece não dar a mínima pras crianças. Seja a Globo tirando a TV Globinho do ar em favorecimento ao "Encontro" de Fátima Bernardes ou SBT tirando Chaves da grade (Agora só passa de madrugada. Quem vai assistir Chaves de madrugada? Sonâmbulos?), só pra citar alguns casos. Sem contar que né, os desenhos de hoje são um poço de idiotice, que em nada se equiparam aos de antigamente. 

Eu diria que a programação da tevê aberta é um lixo em todos os sentidos. Não é todo mundo que pode ter tv a cabo (meu caso), aí temos de sofrer com o canal do boi. Oh vida. Programação decente? Isso non ecziste. Raramente se encontra. Pra um amante de música erudita como eu até que podemos encontrar algum programa voltado pra isso em alguns canais. Havia um programa (nem sei se ainda passa) na TV Brasil, chamado "Auto-Falante", que destinava a apresentar um ótimo lado da música brasileira, bem como da internacional. Mas estas são exceções num mercado superficial e tendencioso, uma mídia manipuladora e influenciadora que mais serve a moldar mentes de acordo com padrões no mínimo escusos. 

E é claro, uma geração de crianças sofre com essa absoluta e terrível falta de qualidade. Eu sei que estou soando um bocado saudosista aqui, mas os guris de hoje jamais saberão o que é acordar no sábado e assistir Looney Tunes no SBT. Aqui em casa, há uma preocupação nítida com a qualidade dos desenhos que minha irmã assiste. Até porque o que se vê hoje é uma clara "adultização" dessa faixa etária, um esforço dos meios de comunicação em conferir uma precocidade altamente prejudicial. Seja no comportamento, na relação com a tecnologia, nas ofertas de lazeres, o que se vê é uma tendência nojenta a criar um modelo de vida pra pequenos seres em formação. 

Parem com isso, já! Apenas... deixem as crianças em paz. Deixem-as crescer naturalmente, viverem suas infâncias como é o direito de todo infante. Dem-lhes um livro, deem-lhes um desenho bom, seja um pai presente, pare de terceirizar a educação do filho. Ensinem-nas no caminho que devem andar, para que não se apartem dele.

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