segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Minha discípula.



A Importância do legado


Na semana das crianças, venho aqui falar daquela que me é mais especial. 

Lembro-me de quando gostava de ser filho único. Melhor sensação impossível. pra que querer um irmão ou uma irmã? Ter tudo pra si era a melhor coisa do mundo. Mas foi minha mãe quem me fez ver o quanto eu precisaria de uma irmã(o). É, naqueles papos melosos do tipo "quando eu e seu pai morrermos, você ficará sozinho no mundo", por aí. Mas de alguma forma me senti impactado por aquilo. E não muito tempo depois recebi a notícia de que ganharia uma irmãzinha.

Hoje ela tem 6 anos. Eu a chamo de "Aninha" ou de "meu amor". É o xodó da casa... e uma figurinha bastante diferente do seu irmão mais velho. Pense em alguém oposto a mim em tudo. Tipo a minha ex. Óbvio que por nos contrapormos de tal forma entramos em conflito muitas vezes, e eu não vou negar que gosto de provocá-la também. Mas que tipo de irmão seria se não fizesse isso? Mas enfim, não é a isso que quero me ater neste post.

É que diante de uma cultura que valoriza tanto a precocidade das crianças, quero mostrar o outro lado que deve ser valorizado. Aninha é uma garota super especial e inteligente. A criatividade dessa menina não tem limites, ela tem uma imaginação super fértil. É um bocado bagunceira, convenhamos: o quarto dela parece mais o quarto de um adolescente do que o meu. Papéis por todos os lados, brinquedos espalhados... essas coisas. Entretanto, é um "pequeno" preço a se pagar por tanta inteligência. E, assim como eu, ela começou a ler muito cedo.

Foi por isso que leguei a ela minhas revistinhas da Turma da Mônica. Todo o meu precioso tesouro, acumulado durante dez anos. E isso definitivamente impulsionou o gosto dela pela leitura (mesmo ao custo de rasgar as capas dos gibis devido aos seus "excelentes cuidados", mas enfim). Apenas pra constar, ela recentemente recebeu do meu tio Welton 20 reais. E quer gastar comprando livros da Eva Furnari!

Então, é muito orgulho ver que ela está galgando os mesmos passos que eu no mundo da leitura. Me bate uma alegria tremenda quando ela chega e me diz que quer ser escritora. Tudo o que eu posso dizer é: "você tem potencial pra ser muita coisa, meu amor". E isso é verdade, a mais pura verdade. Confio de que Aninha será mais inteligente do que eu, mais sociável, mais alta. É alguém que me ensina diariamente com gestos de altruísmo que envergonham meu caráter egoísta, ou suas demonstrações de afeto que constrangem minha frieza.

Eu realmente não saberia viver sem ela em minha vida.

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