terça-feira, 3 de setembro de 2013

Abstêmio de amor.



Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Sobre corações partidos e aquela música do Nazareth.

Dos sentimentos humanos, o amor é o mais famoso e superestimado e o menos compreendido. Afinal, o que é amar? Doar-se? Permitir um outro, uma outra, em sua vida, dividi-la com mais alguém? Ou vai além da definição de relacionamento, expandindo-se ao amor às criaturas, aos bens, a si mesmo? 

Como entender o amor?

Quisera eu ter as respostas. Sou só mais uma criatura na Terra que ainda não entendeu o que é o amor. Pensei um dia ter entendido. Mas ainda não aprendi o suficiente. Confundi amor com paixão, com desejo, iludi-me. Sonhei alto demais e caí. Mas então transformei. Meus olhos foram abertos. O amor, a dádiva que é amar alguém, me foi dada. Encontrei em um outro ser respostas para certas perguntas. Descobri como é ser alguém do interesse de outra pessoa! Justo eu, que sempre me menosprezei, nunca me achei interessante o suficiente para atrair uma garota... atraí! Fui amado, e amei.

Contudo, não era o final dessa história. Quer dizer, ela teve um final, mas ele não era exatamente feliz... pra nenhuma das partes. Como é possível que haja uma dor tão grande quanto essa, cara? De você se sentir vazio, incompleto, destruído por dentro? Nada mais importa, exceto saber como seguir em frente.


I'm young, I know, But even so
I know a thing or two - I learned from you
I really learned a lot, really learned a lot
Love is like a flame It burns you when it's hot
Love hurts, Ooo-oo Love hurts



A gente aprende. Das piores formas possíveis, a passos dolorosos. Não posso dizer que minha vida é repleta das mais formidáveis e trágicas experiências, tendo muitas vezes aprendido por observação, mas neste caso tive de sentir na pele, como um verdadeiro empirista. Não, não foi nada agradável. Eu certamente não estaria aqui se o fosse. 

Mas, go on amigos. A vida segue. Dolorosa, brutal, impassível e sofrível, mas segue. Seguimos com ela, aprendendo mais e mais. Já dizia o poeta Marcos Almeida:


Dissolve o tempo
Passa o que é temporal
Eu abraço o amor
Eu procuro o eterno
Que longe não está
Longe o amor não está
Longe não
O amor procura um lugar
Ele bate na porta do teu coração

Deixa o amor entrar

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