domingo, 29 de setembro de 2013

Contagem regressiva.

Falta menos de um mês pra eu ir embora pra Aracaju. Dia 21/10, minhas aulas começarão na UFS, e eu já estarei instalado lá. Depois de 11 meses de férias prolongadas, do maior tempo de ócio que já tive ou terei em minha vida, finalmente abandonarei isso tudo pra voltar a estudar.

Eu não estou ansioso, acredite. Mas de alguma forma, me sinto perdido. Quanto mais perto está o fim dessas férias, mais eu presto atenção aos laços que formei aqui em Itapetinga. Às impressões que deixei ou estou deixando nas outras pessoas. Quando alguém diz "Não vá embora, Vini", por mais que ria e ache engraçado, no fundo é um pouco doloroso. E é divertido ver alguém dizendo "Vá embora, Chup! Não aguento mais ver sua cara, velho", porque no fundo eu desejo ir embora. Mas a contradição em mim se expressa quando ao mesmo tempo desejo não ir embora, não romper estes laços.

Sobre todos os aspectos, este foi um ano único em minha vida, um ano que não se repetirá. Graças ao blog, tenho não só "expurgado meu coração partido" como tomado mais e mais coragem de levar meus conceitos de vida e opiniões adiante, perdendo gradualmente a excessiva preocupação com o que as pessoas venham a pensar de mim. Isso significa a consolidação da minha fé, a qual tem buscado tornar menos legalista e cada vez mais empírica, um modelo de vida para outras pessoas. Em tese, tenho de ser exemplo se quiser a expansão da minha fé.

É um desafio levar a minha mentalidade a um lugar como a universidade, que é tida por alguns como expressão máxima da vida desenfreada e desregrada da juventude? É. Na verdade, um dos maiores medos é desviar de meu modelo de vida, no sentido da fé, da religião que sigo. Como ser quem sou em meio às festas, à bebedeira, a tudo aquilo? Terei um grande fardo pela frente.

Será uma vida muito diferente, esta minha em Aracaju. Como lidar com um mundo de responsabilidades e maturidade, quando tenho sido preguiçoso e acomodado ao longo de toda a minha vida? Falta de iniciativa nunca foi meu forte. Existe esse dualismo presente em minha pessoa: há um menino dentro de mim, imaturo, ingênuo, insaciável e um bocado egoísta; e um adulto, manifestado em uma sabedoria às vezes além da idade, no ar culto, na formalidade, nos conselhos dados. Uma hora alimento mais um lado, outra hora alimento mais o outro. Como viver em constante harmonia com eles quando tenho de crescer, se tornar um homem feito?

Mais uma vez recorro à frase de Fernando Pessoa: "Eu não sei o que o amanhã trará". Não tenho medo do começo das aulas, da vida na universidade. Tenho medo de falhar em minhas responsabilidades, nesse processo de crescer e amadurecer. Eu mentiria se dissesse que estou preparado, que sei de tudo, sei me virar. Não, não sei. Os anos de sedentarismo e acomodação revelarão seu peso lá em Aracaju. 

É crescer às duras penas ou falhar no processo. Queira Deus que seja a primeira opção.


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