terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sete meses.

It's over. Acabou.


Por Deus, como é boa a sensação de dizer isso depois de sete meses encarando um dos períodos mais árduos que já enfrentamos em família. Quem poderia dizer, lá em fevereiro, que essa reforma demandaria tanto monetária e psicologicamente de nós. Que encararíamos tantas dificuldades, crises e quebras de confiança. Ah, só Deus sabe o que meus pais encararam. Falo dos dois porque foram os protagonistas dessa dolorosa e difícil história. Uma história com um final feliz, mas com algumas pitadas agridoces.

Minha casa é um sobrado, cujo térreo são os escritórios de contabilidades do meu avô  e do meu tio, o primeiro andar era a casa do meu avô e o segundo a nossa casa. As origens dessa reforma remontam ao falecimento de minha avó, em 2008. Minha mãe decidiu que era melhor ficar mais perto de meu avô a fim de poder cuidar dele, e enquanto inicialmente a intenção era vender esta casa e comprar outra, no fim a ideia da reforma acabou prevalecendo.

Ah, se soubéssemos o quanto isso nos custaria.

Basicamente, sofremos nas mãos de profissionais sem caráter, alguns tendo abandonado a obra no meio dela. Os gastos foram muito maiores do que inicialmente se pensava, o que é uma coisa comum nesse meio, mas por Deus, este foi o ano mais difícil que minha família já enfrentou financeiramente falando. Minha mãe chegou a parar no hospital com uma crise de gastrite, e eu tenho a firme convicção de que ela foi resultado do stress causado por todas as agruras desta reforma.

Eu paro e penso: por que meus pais tinham de passar por isso? O que eles fizeram pra merecer tanto sofrimento assim? Não querendo dramatizar as coisas como se fosse uma novela mexicana, mas foi muito difícil ver como padeceram diante de tanta desonestidade e surpresas desagradáveis. E olhando em retrospecto não tenho orgulho de muitos comportamentos que demonstrei nesse período. Quer dizer, eu poderia ter sido mais compreensivo e prestativo com eles, ajudando mais ao invés de me manter em minha confortável redoma de vidro. Altruísmo e boa disposição nunca foram qualidades minhas. Mas enfim.

O término dessa reforma (não total, ainda faltam alguns detalhezinhos aqui e ali) merece um culto de agradecimento por si só, e é o que faremos. Porque, apesar de tantas adversidades, nossa fé nunca foi perdida, embora não raramente abalada e questionada. Ver que esses dois ainda estão de pé só me faz ter mais e mais orgulho deles. 

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