sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Ismos, pt. 1.

Quantos "ismos" nos definem hoje em dia? Afinal de contas este sufixo de origem grega exprime a ideia de "fenômeno linguístico; sistema político; religião; doença; esporte; ideologia, etc." (de acordo com o Wikcionário), então encontramos definições bem amplas. Mas aqui vou restringir a algumas questões bem pertinentes à nossa realidade atual.

Mach/Femin

Antes de tudo, uma coisa que se deve deixar bem claro é que machismo e feminismo não são ideias opostas. Bom, nem preciso entrar em detalhes acerca do que cada um significa, afinal tem sites melhores que o meu pra lhe explicar isso. Na verdade eu particularmente não entendia muito bem no que estava me metendo até ler um post que basicamente servia como um "resumão" pro movimento feminista. De acordo com a introdução daquele texto, eu podia me definir como feminista. Mas se eu sou, porque discordava de certos pontos? E se eu discordava era porque automaticamente sou machista, como é possível essa contradição em mim?

Num mundo perfeito, eu não seria julgado por minhas palavras, mas esse mundo não existe, então vou tentar ser o mais sincero e respeitoso: acredito que há uma terceira opção. O mundo não é esse lugar branco-e-preto que muita gente tenta pintar, como se essa questão dos sexos fosse meramente dualista. Veja bem, o dualismo a que me refiro não é dos sexos em si, dã (a não ser que você considere hermafroditas um terceiro sexo), mas sim à possibilidade de opiniões e posturas. Vejam só: se machismo e feminismo não são ideias opostas, não necessariamente não necessariamente quando eu não concordo com uma determinada postura do movimento feminista que já sou automaticamente machista. Aliás, que me desculpem, mas ninguém é 100% feminista. O machismo, infelizmente, é um conceito enraizado na nossa cultura há milênios, que se revela nos aspectos mais sutis. Extirpá-lo pode ser uma tarefa impossível.

Eu não nego que tenho posturas machistas. Estaria mentindo se dissesse o contrário e reconheço que preciso mudar ainda. A questão aqui é que esses conceitos, assim como os "ismos", foram demasiado generalizados ao ponto de uma situação atual TOTALMENTE irracional, dos mais piores julgamentos possíveis.

Não aguento quando...

É sério, gente. A coisa desandou. Não raramente vemos movimentos com intenções plenamente justificáveis perderem seu sentido por causa das ações descerebradas de alguns. Basta lembrar da polêmica do crucifixo na Marcha dos Vadias, ou dos vândalos dos protestos de junho. E aí, é claro, entra a questão da generalização. Que não serve apenas para os movimentos acima citados, mas à nossa sociedade em geral. Gente, generalização é uma das piores merdas que existem. Que me perdoem as feministas, mas existe sim feminazi. O texto de introdução ao feminismo que eu li dizia que não existe feminista extrema. Existe sim. Agora, pela lógica do autor, por pensar assim eu sou automaticamente um machista. Mas, mas... eu concordo com os pontos do movimento. Como é que fica? Sou um machista em estado de tratamento? É, talvez sim, mas ninguém era obrigado a concordar em gênero, número e grau com o que lá fora dito. 

De qualquer forma, só quero ressaltar que apoio inteiramente o movimento feminista sim, com minhas ressalvas pessoais (que não tenho a intenção de expô-las aqui), e que ele é bem mais do que algumas moças que agem de forma misândrica (sim, elas existem). É só que na minha opinião (Notou o negrito? É pra você entender que estou falando por mim, e não pelos homens em geral) ainda há muita incongruência no movimento que precisa ser sanada se quiserem atingir seus objetivos. Em resumo: os fins não justificam os meios. 

Dias de julgamento
A grande questão é: como a sociedade se vê diante das mudanças enfrentadas pelo gênero feminino? Ainda há muitos tabus a serem quebradas. Quer dizer, esta é uma sociedade mais tolerante do que a do passado, então vemos mulheres com empregos antes tidos como masculinos, largando aquela figura da dona de casa, a Amélia, dentre outros avanços. Mas esta também é a sociedade da inversão de valores, do moralismo hipócrita contrastando com a absoluta falta de respeito e a zuera infinita. É a sociedade que não sabe o que quer, que condiciona conceitos de felicidade ao hedonismo e ao materialismo (outros ismos pelo qual se vale a pena fazer um post inteiro - é, talvez eu faça!) .

Julgar as que se dizem feministas ainda é intrínseco a muitos de nós. Aqui levanto uma questão clássica: o rapaz que pega muitas garotas é venerado, ao passo que a garota que pega muitos rapazes é taxada de vadia. Duas balanças, duas medidas. Pessoalmente não concordo com quem tem esse tipo de postura, mulher ou homem, e isso tem a ver com minha ética cristã. Se fosse comentar as coisas do ponto de vista da minha ética cristã eu realmente seria muito xingado. Não que ela não esteja aqui: está, mas de uma forma implícita, estando sempre presente em cada post meu. Só um aviso, tá? Nem preciso comentar o que andam falando de minhas crenças por aí. Mas enfim, tô me desviando do assunto...

Conclusão e pensamentos finais

É difícil derrubar uma estrutura de milênios. Talvez o feminismo consiga, talvez não. Só sei que não vai conseguir com indivíduos enfiando o dedo na cara do outro pra acusá-lo de machista. Como eu disse: machistas somos todos nós, mesmo nas mais obscuras sutilezas. Eu posso estar errado sobre muito ou tudo que eu disse aqui, mas ainda assim era a oportunidade de expressar uma opinião que venho guardando há muito tempo. E esses ismos de que tratei não são a única grande polêmica da humanidade. Um post só não seria suficiente. Que venham outros, com mais sufixos e suas problemáticas.

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